terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A histeria de Cinza. Como algo novo ajuda entender algo antigo

Pra falar a verdade, eu como leitor contumaz, tenho um ódio mortal de livros repetitivos e mal escritos. Então se você esperava elogios efusivos a uma modinha literária que apenas evidencia nossas mazelas educacionais e sociais, dá tempo ainda de mudar de página, assistir pela enésima vez o clipe “Happy” do Pharrel Willians.
Para piorar, além de lidar com um monte de frígidas que pagam de consumidoras extremistas do mercado literário tendo esse estorvo como porta de entrada para literatura, o que não é uma má idéia, sou obrigado a lidar com um bando de mulher de vida sexual limitada morrendo de amores da versão roteirizada e filmada deste péssimo Best-seller.
Não assusta o clamor e frisson que esse filme causa nas moças de cabeça de vento. O filme e o livro apenas ilustram uma tendência natural de nossas mulheres. Por mais que as feministas mais radicais insistam em falácias de um inexistente machismo, uma ditadura patriarcal, e demais baboseiras que me causam asco só de lembrar, as coisas ainda estão em seus lugares. E felizmente nenhuma extremista radical vegan comunista acadêmica de humanas, vai conseguir subverter a esta lógica. Sei que o que escreverei vai doer, mas são fatos.
Mulheres normais querem um relacionamento monogâmico. Mulheres normais querem um romance, mulheres normais querem um homem que fale mais alto e a submeta a seus caprichos. O corpo escultural, as empresas, os carrões e o cartão de débito ilimitado do Sr. Grey claro, ajudam e muito no misto de admiração e inveja que as histéricas sentem da desengonçada Anastácia. Afinal de contas, quem não quer um tipo deste lhe perseguindo?
O problema maior é que numa sociedade em que muitas mulheres venderiam a alma por um casamento, as loucas que lotam nossos cinemas não percebem que a relação entre os dois é uma relação de abuso e violência, pior que o tão falado patriarcado explorado a exaustão pelas feministas xiitas. O cara colocar em contrato que deve opinar sobre a vida, roupas e ter a disposição uma escrava sexual a seu bel prazer, é o mesmo que legalizar uma opressão, uma submissão que deprecia a dignidade da mulher. E nem estou falando de BDSM e demais vertentes de sexo não convencional, até porque, isso não vem ao caso quando abordamos o filme ou o livro. O problema é bem mais simples de se perceber, pena que a única coisa que as moças que lotam os cinemas deixam evidente além de suas secreções vaginais nas poltronas de cinema, é a romantização do agressor.
Todas querem o Grey. Mas elas não aceitam os comportamentos de Grey em homens que não dispõem dos recursos de Grey. Vivemos numa sociedade neurótica em que as mesmas que mitificam Grey, se descabelam por um elogio na rua. Desde que vindo de um tipo que não a agrade, vamos deixar isso bem claro.
Entretanto devemos notar o básico de nossa sociedade hipócrita: O Grey submeter a moçoila a seus caprichos, surrar, e descontar todas as suas perversões. Pode.
Eu, homem comum, assalariado, gordo, sem carro, sem empresa e sem jatinho: Lei Maria da Penha.
De fato além da necessidade urgente de rever nossa sociedade, chegamos ao ápice da frase: “Não é possível entender as mulheres”
Mas eu como fã confesso de Nelson Rodrigues, prefiro encarar esse fenômeno idiotizante com sua frase máxima sobre o comportamento feminino:
“Toda mulher gosta de apanhar. Só as neuróticas reagem.”
Ele que estava certo.
Volto para minha vida beta, esperando a minha princesa encantada que aceite flores e dividir a conta no cinema e restaurante.
Até mais ;)